Musk zomba dos "idiotas que ainda fabricam F-35s" e diz que os drones são a tendência Especialista militar: ele está pensando errado

"E acompanhado de um emoji de lata de lixo. Na seção de comentários, Musk acrescentou que o F-35 foi mal projetado e concordou com um usuário que "os drones são a nova tendência no campo de batalha".

Um tweet de Musk, uma figura importante na política e na economia dos EUA, fez com que as ações da Lockheed Martin e da Northrop Grumman, as empresas por trás do F-35, despencassem. Entre elas, as ações da Lockheed Martin caíram 3,75%, atingindo um novo mínimo em quase quatro meses; as ações da Northrop Grumman caíram 2,3%, também atingindo um mínimo de quatro meses. Os comentários do Sr. Musk levantaram dúvidas sobre se ele está pronto para agir em relação ao programa F-35 do Pentágono, já que ele anunciou recentemente uma série de cortes drásticos no orçamento.

O F-35

De acordo com relatos, o Pentágono emitiu uma declaração em março deste ano, aprovando a produção em velocidade total dos caças F-35. O Pentágono considerou esse fato uma grande conquista para o programa F-35.

O custo total do programa do F-35 pode chegar a $2 trilhões, de acordo com dados divulgados pelo U.S. Government Accountability Office em maio, o que o torna "o programa de jatos de combate mais caro até hoje".

Musk tem criticado o F-35, argumentando que a aeronave pilotada por humanos está obsoleta e que os drones são a principal tendência no futuro campo de batalha. Em geral, Musk quer desenvolver jatos de combate autônomos que possam ser controlados remotamente.

No início deste mês, o Government Accountability Project (Projeto de Prestação de Contas do Governo), um grupo independente sem fins lucrativos de Washington, divulgou um relatório dizendo que a frota de F-35 era menos confiável, passível de manutenção e disponível do que o esperado. Em um resumo, o relatório identificou "sete SINS mortais" no F-35: o sistema de diagnóstico automático de falhas a bordo emite avisos a cada hora, em comparação com o padrão original do projeto de "a cada 50 horas"; o tempo real de manutenção é o dobro do tempo prescrito; os aviões de guerra geralmente operam com seus revestimentos externos precisando de reparos e sem total furtividade. A metralhadora de 25 mm do F-35A da Força Aérea "continua incapaz de atingir seu alvo devido a problemas de projeto e instalação"; Os detalhes da capacidade do F-35 de resistir a ataques cibernéticos em 24 de seus sistemas mais sensíveis foram removidos, mas a versão resumida ainda dizia que havia "conhecimento limitado das vulnerabilidades das aeronaves reais"; O objetivo anunciado do F-35 é combater aeronaves "de última geração", mas, na prática, ele só usou aeronaves inimigas imaginárias "de última geração" uma vez; Se o F-35 for implantado no exterior, ele precisará de muitos equipamentos e peças de logística.

Nos últimos anos, seja no campo de batalha Rússia-Ucrânia ou no campo de batalha do Oriente Médio, podemos ver com frequência a sombra do UAV. Em outro tweet, Musk disse que usar uma aeronave tripulada para ampliar o alcance de um míssil ou lançar munição é uma maneira muito ineficiente. "Você pode fazer isso repetidamente com um drone".

O uso de drones também pode evitar a sobrecarga de pilotos, argumenta Musk, e o chamado "desempenho furtivo" de aeronaves caras não tem sentido, pois elas podem ser facilmente abatidas por um drone adversário por meio de câmeras sensíveis a baixa luminosidade ou sistemas de inteligência artificial.

Em resposta às alegações do Sr. Musk, o Pentágono disse: "O caça que temos hoje está funcionando muito bem". Um porta-voz da Lockheed Martin disse que seus jatos são "os mais poderosos do mundo" e que a empresa espera trabalhar com Trump e sua equipe no futuro.

Algumas das críticas de Musk ao programa do F-35 são válidas, mas ele tem um problema de raciocínio, disse Mauro Jelli, pesquisador sênior em tecnologia militar do Centro de Estudos de Segurança da ETH Zurich. "O programa do F-35 tem, de fato, custos excessivos e demora, como Musk disse. Mas isso não tem nada a ver com aeronaves tripuladas."

A fonte mais importante de custos e problemas para aviões de guerra é a eletrônica, especialmente o software, de acordo com o Sr. Mauro. "Se você for usar drones [para obter o mesmo efeito que os aviões de guerra], pode ser mais caro." Ele explicou que os drones precisam operar em espaços aéreos hostis e são difíceis de controlar remotamente, o que exige que sejam equipados com eletrônicos e softwares mais caros e sofisticados do que os aviões de guerra tripulados.

"Quanto à afirmação de Musk de que 'o desempenho furtivo dos aviões de combate não tem sentido, e a reutilização de drones pode alcançar o mesmo efeito', ela também é contraditória." Para entrar em um espaço aéreo hostil, um drone deve ter as mesmas capacidades furtivas do F-35, explicou Muro.